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A ARTE DE SER AVÓ
Raquel de Queiroz
...Quarenta anos, quarenta e oito. Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem suas alegrias, as sua compensações - todos dizem isso, embora você pessoalmente, ainda não as tenha descoberto - mas acredita.
Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade.
Não de amores nem de paixão; a doçura da meia-idade não lhe exige essas efervescências. A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. Bracinhos de criança no seu pescoço. Choro de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meu Deus, para onde foram as suas crianças? Naqueles adultos cheios de problemas, que hoje são seus filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento e prestações, você não encontra de modo algum as suas crianças perdidas. São homens e mulheres - não são mais aqueles que você recorda.
E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis - nisso é que está a maravilha. Sem dores, sem choro, aquela criancinha da sua raça, da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino que se lhe é "devolvido". E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito sobre ele, ou pelo menos o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário, causaria escândalo ou decepção, se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.
Sim, tenho a certeza de que a vida nos dá os netos para nos compensar de todas as mutilações trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis...
"...podendo dizer que o ensino tradicional tem um “forte” enquadramento, enquanto que o ensino centrado no aluno é fracamente “enquadrado”."
ResponderExcluirÂngela, como poderíamos iniciar uma descrição de um "curriculo centrado no aluno"?
Paulo
ResponderExcluirPoderíamos iniciar uma descrição de um currículo centrado no aluno usando a explicação de Benstein.
Benstein insiste que não se pode separar questões de currículo de questões de pedagogia e avaliação.
Ele exemplifica que numa sala de aula tradicional é o professor que decide o que ensinar, quando ensinar, em que ritmo ensinar; decide os critérios de avaliação e assim quanto maior for o controle do processo de transmissão do professor maior é o “enquadramento”, afirmando que o ensino tradicional tem um forte enquadramento, o mesmo não acontece numa sala de aula construtivista, pois aí a organização do espaço é mais livre o aluno tem um grau muito maior de controle sobre o tempo e o ritmo da aprendizagem, assim uma sala de aula centrada no aluno é fracamente enquadrada.
Pergunta pertinente e resposta bem fundamentada no texto lido. Adequadamente discutido.Muito bom!!!
ResponderExcluirA questão crucial para Bernstein é :como se aprendem as posições de classe?alguém pode me explicar isso por favor
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