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A ARTE DE SER AVÓ
Raquel de Queiroz
...Quarenta anos, quarenta e oito. Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem suas alegrias, as sua compensações - todos dizem isso, embora você pessoalmente, ainda não as tenha descoberto - mas acredita.
Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade.
Não de amores nem de paixão; a doçura da meia-idade não lhe exige essas efervescências. A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. Bracinhos de criança no seu pescoço. Choro de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meu Deus, para onde foram as suas crianças? Naqueles adultos cheios de problemas, que hoje são seus filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento e prestações, você não encontra de modo algum as suas crianças perdidas. São homens e mulheres - não são mais aqueles que você recorda.
E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis - nisso é que está a maravilha. Sem dores, sem choro, aquela criancinha da sua raça, da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino que se lhe é "devolvido". E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito sobre ele, ou pelo menos o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário, causaria escândalo ou decepção, se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.
Sim, tenho a certeza de que a vida nos dá os netos para nos compensar de todas as mutilações trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis...
quinta-feira, 28 de abril de 2011
TECENDO FIOS 3
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Leituras Complementares
(Movimento de idéias, de modelos institucionais e de práticas de um país para outro).
Dois enfoques:
- Imperialismo Cultural
- Neocolonialismo
- Resposta à interpretação liberal do papel da Educação Escolar. Não é a escola que aloca os indivíduos em determinados papéis sociais e sim a origem de classe do indivíduo (sociedade capitalista: posição social). Sendo assim a escola age como instrumento de controle social, ajudando a manter a ordem social.
- O sistema é basicamente justo e os papéis nos quais os alunos serão alocados lhes são adequados.
- A escola não determina a transferência da ordem social, mas necessariamente reproduzem o status quo, atendendo às necessidades do sistema econômico.
- O imperialismo coloniza todos, menos os que tomam as decisões no centro da metrópole.
- Povo receptor: visão passiva.
- Reconhecem que a educação colonial nem sempre alienou o colonizado de sua cultura.
- Baseia-se nas desigualdades essenciais entre nações.
- Nação periférica não é obrigada a aceitar ajuda, mas a vê como benéfica.
- Modificam e adaptam os programas de assistência técnica.
- Domingues: Análise dos paradigmas curriculares nos Estados Unidos e no Brasil (compreender o campo brasileiro à luz do americano).
- Anos 70 (caráter ideológico em harmonia com os princípios de o governo militar).
- Falta de análise de modelo mais adequada para o contexto brasileiro.
- Os paradigmas determinam um esquema de desenvolvimento para a ciência madura, que não se assemelha ao esquema usual noutros domínios.
- Entendermos o desenvolvimento do campo curricular no Brasil em função das características sócio-econômicas e políticas do nosso país. Analisar suas origens, examinarmos o discurso americano em relação ao desenvolvimento do campo no Brasil.
- Avaliar contribuições que análises sociológicas das disciplinas escolares podem oferecer ao estudo de currículo e programas no Brasil.
- Explicar por que certo conhecimento é ensinado nas escolas em determinado momento e local e porque ele é conservado, excluído ou alterado.
- Disciplinas: corpos dinâmicos do conhecimento (elaborado por especialistas).
- Inclui diversas tendências e correntes do pensamento curricular (mesma teoria baseada em diferentes interesses)
a) O conhecimento curricular é o conhecimento humano;
- Transmissão Curricular visa um interesse de controle.
- Com relação a organização curricular por disciplinas Mac, associa o interesse em controle ao currículo por disciplinas (Modelos de Bloom e Brunner).
- Currículos centrados em problemas sociais são vistos como refletindo um interesse em compreensão.
- Currículos centrados na criança ou em pessoa são relacionados a interesses emancipatórios.
- Surgindo as diferenças em valores, levam as diferentes modelos de desenvolvimento curricular.
b) O modelo circular-consensual: é associado com movimentos comunitários de base.
O pessoal das escolas é envolvido no processo e a participação do especialista ocorre quando necessária ou desejada
c) O modelo-dialógico: caracterizado pelo envolvimento de estudantes no processo de desenvolvimento curricular, requer diálogo entre professores e alunos (propõe Paulo Freire).
O campo do currículo no Brasil no início fica restrito ao modelo técnico-linear.
Influencia de Dewey no campo curricular e nas idéias escolanovistas.
- Literatura refletia idéias propostas pelos americanos, associados aos autores europeus.
- Escola Nova – superar limitações da tradição pedagógica jesuítica e da tradição enciclopédica (influência da França).
- Reformas educacionais promovidas pelo INEP (Instituto Nacional de estudos e Pesquisas Educacionais) e pelo PABAEE (Programa de Assistência Brasileira-Americana à Educação Elementar). Idéias progressistas X Idéias tecnicista.
- Preocupação com aspectos técnicos e questões sociais (os pioneiros não formavam grupos homogêneos).
- Diversos acordos com EUA visando modernização e racionalização.
- Espalharam-se discussão sobre currículo e a disciplina Currículos e Programas foram introduzidos nos cursos superiores.
- Tendência tecnicista passou prevalecer (preocupação: eficiência do processo pedagógico)- treinamento do capital humano do país.
- Necessidade de alfabetizar trabalhadores (começam então exigir expansão do Sistema educacional).
- Aumenta influência do EUA.
- Reformas educacionais promovidas em alguns estados:
- Antônio Sampaio Dória (1920) – Tentou erradicar analfabetismo em São Paulo (obrigatório 2 anos de escolarização). Ênfase na expansão quantitativa da rede de ensino primário.
- Novas perspectivas em relação ao currículo na Bahia (promovida por Anísio Teixeira).
- Disciplinas escolares consideradas instrumentos para alcançar determinados fins (capacitar indivíduo para viver em sociedade – não só crescimento intelectual, mas social, moral, emocional e físico).
- Considerar as necessidades e estágios de desenvolvimento.
- Currículo centrado em disciplinas de acordo a realidade e possibilidade do estado (carente de professores)
- Atender as necessidades sociais (currículo intermediário entre escola e sociedade).
- Francisco Campos e Mario Casassanta, em Minas Gerais: pensamento Escola Nova sistematizado.
- Definiu o papel da escola elementar (cada escola transforma em mini sociedade).
- Crianças não são adultos em miniaturas.
- Progressivismo: realce nos trabalhos de grupos, processo ativo de ensino em aprendizagem, ambientes instrucionais democráticos, cooperação entre professor/aluno, conexão entre conteúdo do currículo e a vida real.
- Currículos e Programas foram introduzidos como instrumentos para desenvolver na criança habilidades de observar, pensar, julgar, criar, decidir e agir.
- Ênfase na qualidade.
- Método de “centro de interesses”.
- Atividades tais como: visitas, excursões, organizações de museus e clubes escolares, bibliotecas...
- Programas organizados Inspetoria Geral de Instrução.
- Reforma do Distrito Federal: foi a mais revolucionária e sofisticada feita por Fernando Azevedo.
- Organizar sistema escolar de acordo com os princípios filosóficos coerentes.
- Enfatizou tarefas sociais do sistema escolar.
- Conflitos sociais e políticos no Brasil levam a revolução de 30 – Getúlio no poder por 15 anos. Buscou-se refletir em diferentes condições históricas a experiência de industrialização dos paises desenvolvidos.
- Criou-se um estado populista.
- Indústrias recebem todo apoio (desenvolvimento econômico e autonomia).
- 1937: período autoritário: Estado Novo (debate sobre a educação foi encerrado).
- Na constituição: religiosos lutaram por uma educação subordinada a doutrina religiosa e os pioneiros a favor de uma escola universal, única, gratuita e obrigatória.
- Houve equilíbrio dos dois grupos
- Estado Novo: ênfase no ensino profissionalizante e postura conservadora, currículos enciclopédicos. Especialistas educacionais introduzidos nas escolas.
- No ano de 1938 foi criado o INEP:
a. Organização de documentos pedagógicos;b. Promoção de inquéritos e pesquisas educacionais;
c. Intercambio com instituições educacionais nacionais e internacionais;
d. Promoção de investigações no terreno da psicologia educacional e da orientação profissional;
e. Assistência aos serviços estaduais, municipais e particulares de educação;
f. Difusão do conhecimento pedagógico;
g. Cooperação com Departamento Administrativo do Serviço Publico – DASP.
- Em 1952, Anísio Teixeira nomeado diretor do INEP:
- Cursos de planejamento curricular e cursos de especialistas são oferecidos.
- Teoria curricular representa as idéias progressistas (ênfase no desenvolvimento individual com bem estar coletivo).
- O enfoque curricular do INEP enfatiza que a escola primária deve ajudar a integrar o país na civilização ocidental do século 20.
- Currículo centrado nas experiências da criança.
- O resultado final é uma teoria curricular inconsciente (idéias das tendências tecnicistas e progressivistas são combinadas com elementos da tradição católica – estranho mosaico de princípios e técnicas).
- 1951: Getúlio eleito pelo povo retorna ao poder até 1954.
- 1956 Juscelino é eleito – ajuda americana abrange diversas áreas inclusive a educação.
- Em 11 de abril de 1956 firmou-se o acordo entre Brasil e EUA (PABAEE):
Programas para cada uma das áreas nos quais obedecem a tradição seqüencial:
objetivos, conteúdo, atividades e avaliação.
- Aplicação do método científico às diversas esferas do processo do curricular.
- A escola tem responsabilidade de integrar o aluno no seu meio físico e cultural, de ajudá-lo a assimilar nossa herança cultural.
- Enfatiza interação entre individuo e sociedade.
- Predominância de elementos tecnicistas e progressivistas, controle técnico até na elaboração dos currículos.
- Origens do pensamento curricular brasileiro: nos anos 20 e 30 reformas organizadas pelos pioneiros – ideário escolanovista.
- Tradição clássica e do tecnicismo constituem bases teóricas para os primeiros cursos em currículo.
- Currículo que contribuísse para a coesão social, que formasse cidadão em mudança e que atendesse as necessidades da ordem industrial emergente.
- Introdução de Currículos e Programas nas universidades brasileiras (favorecido pela Li de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - lei 4.024/1971):
- Preocupação vaga com o ensino primário.
- Flexibilidade para escolas secundárias, permitindo que se definissem parte de seus currículos.
- Floresceram experiências pedagógica-administrativas.
- 1962: Currículos e Programas introduzidos no curso de Pedagogia.
- Nos anos 70 primeiros mestrados em Currículo.
- Surgimento de teorias e práticas pedagógicas críticas.
- Após o golpe de 64: transformações políticas, econômicas e ideológicas (tendência tecnicistas).
- 1968: reforma universitária – reorganização do curso de pedagogia.
- Predominância de idéias tecnicistas, porém idéias progressivistas também estiveram presentes.
- Muita produção industrial, pouco consumo: surgimento do modelo socialista.
- Debates sobre questões educacionais: campanha de alfabetização de adultos, criação de centro de cultura popular e organização do movimento de educação de base.
- Tendência pedagógica crítica (Paulo Freire) – questões educacionais mais voltadas para uma abordagem sociológica.
- LDB.
- 1970: influência tecnicista.
- 1980: diminuição da influência americana, aumento da influência européia.
- Nova LDB.
- Preocupação com o primeiro grau (ensino de crianças das camadas mais carentes).
- Fracasso do sistema educacional no Brasil.
- 1985: Política educacional do governo Sarney era Educação para Todos. Compromisso com a democracia e a justiça social.
- Debates, congressos, seminários ocorreram alargando cada vez mais a base institucional.
Antonio Flávio B. Moreira
Editora Papirus
domingo, 17 de abril de 2011
TECENDO FIOS 2
TECENDO FIOS 1
RESUMO 4
-A nação não podia se limitar a esse tipo de ensino.
RESUMO 1
RESUMO 3
Profª Drª. Rita de Cássia M. T. Stano
Aluna: Ângela Maria Azevedo Morais / Ana Carolina Carneiro Lopes
RESUMO 2
Aluna: Patrícia Lisboa